Ode aos burocratas, na crônica do mês no Nota de Rodapé
Contraponto
Caro rato de gabinete, homo sapiens de bunda murcha, barriga pochete e pinto encollhido. Caro gestor de recursos humanos, sapato e certezas quadradas, ser de mente obtusa, operador de Excel, comedor de bandejão, cheirador de ar-condicionado. Em suma, caro burocrata. Este texto foi escrito para você.
E pela paciência dos que agonizam na fila do INSS, pela alma dos que sonham com o seguro desemprego, pelo tempo desperdiçado dos que surfam no site da Receita, espero que essas linhas tenham o efeito de uma escarrada no café morno e melado que você ingere em dozes homeopáticas pra alimentar a azia.
Atenção, caro burocrata, tire o olho do jogo de paciência e preste atenção!
Porque a revelação a seguir abalará as estruturas de seu intelecto de ondas curtas, dissolverá a cola de seus post-its, desbotará o azul Royal de suas esferográficas. Pois o fato, caro engravatado analógico, é que o relógio de ponto, esse objeto tão idolatrado por sua raça, esse instrumento de dominação, controle remoto dos assalariados não controla realmente nada.
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