Antes da Estante

Uma estranha moça chamada Miranda July

Posted in De Quinta by Tomás Chiaverini on maio 7, 2009

Ah, as mulheres, suspirei eu ao terminar a última página de um fascinante livrinho chamado “É claro que você sabe do que estou falando”, escrito por Miranda July. Elas são tão poucas nesse mundo das letras, pensei comigo mesmo, mas quando se metem a escrever, nossa!, fazem a diferença.

Depois lembrei das últimas com as quais mantive certa intimidade (intimidade literária, deixemos claro). Clarice, evidentemente, Marguerite Duras, e até Charlotte Roche, aquela guria de gosto duvidoso, que escreveu o best-seller “Zonas Úmidas”. Com esta última, confesso que tive apenas um flerte rápido, num daqueles pufes da livraria Cultura do Conjunto Nacional.

São poucas mesmo, concluí. E voltei a pensar em Miranda, e no que realmente me fascinara no seus contos. Não consegui ir muito longe, porque, infelizmente, fui equipado apenas com um tosco, lógico e limitado cérebro masculino. Mas cheguei à vaga conclusão de que o fascínio vinha justamente desse olhar incrivelmente feminino. Um olhar tão feminino que chega a distorcer nosso embrutecido mundo masculino. E essa distorção vai criando uma aura de estranhamento que talvez seja a maior qualidade do livro.

Eu já havia tido contato com o trabalho da moça, no filme “Eu, você e todos nós”, escrito, dirigido e protagonizado por ela. O filme, estranhíssimo, também me fascinou na época, mas, enfim, é cinema, duas horas e pronto, vamos tomar um café, pensar em outra coisa.

Agora, reencontrar toda aquela estranheza durante alguns dias, é outra história. No fim, acabei pegando tanto gosto pela coisa, que corri até a prateleira da Dri e me muni de dois volumes de Lygia Fagundes Telles. Até agora estou satisfeito. Não é nada tão femininamente bizarro como Miranda, mas há algum estranhamento.

PS: a fim de não cobrir meus estimados leitores de tédio, me arriscarei a uma maior diversificação no assunto dos posts. Em breve é provável que tenhamos mais mudanças no Antes da Estante.

3 Respostas

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  1. Raquel said, on maio 8, 2009 at 01:58

    Sou de brasilia, nunca fui a uma festa rave, pois a maioria que acontece aqui eu acho muito “modinha”.. o pessoal qe tá na raave tá no funk no axé.. maior parte das pessoas vão apenas por estar num mega evento e não pela musica ou qlq coisa..
    Um amigo raver me recomendou esse livro, e antes de lançar eu já estava atrás nas livrarias. Comprei. Li em 2 dias! Fiquei enlouqueciiida pra saber as historias, enfim!
    Devo confessar que qdo acabei de ler fiquei LOUCA por um festival! Preciso conferir essas sensações tão bem descritas nesse livro! Já recomendei pra muuuuita gente qe pensa como eu pensava sobre esse universo rave! E em breve irei ao meu primeiro festival! Parabens pelo livro! Merecedor de muito sucesso!

  2. Tomás Chiaverini said, on maio 8, 2009 at 13:15

    Obrigado, Raquel.
    Sorte no seu primeiro festival.

  3. Danita said, on maio 19, 2009 at 19:49

    a Mirando July é ótima mesmo. a descobri faz pouco tempo e me viciei.


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